O mundo não é feito apenas de etiquetas de números e preços.
Considerado o maior estudo já realizado para traçar o perfil do novo consumidor global, a TNS Gallup, pesquisou 26 países, entre eles o Brasil, questionando a ordem da demanda do consumidor, suas decisões sobre determinados produtos e as razões pelas quais se migra para uma marca ou outra e o que, de fato afeta a escolha dos consumidores. O estudo oferece uma visão que permite às empresas compreender as percepções dos clientes e o engajamento dos mesmos nas questões climáticas e a utilização dos recursos naturais de forma consciente. Será que está surgindo aí um novo consumidor que se relaciona com marcas globais, tem atitude aberta com relação a ecologia e busca informação ao escolher determinado produto ou serviço?
O consumidor brasileiro descobriu a internet. Otimista com o pequeno aumento do poder aquisitivo, 20% dos consumidores brasileiros declararam já haver feito compras na internet. O consumo não precisa ser voraz, a palavra de ordem é consumir de forma consciente, evitar filas intermináveis, engarrafamentos, locais abarrotados de gente, falta de tempo para verificar os melhores preços. Fuja da regra que impera no período de natal, onde os gastos são, via de regra, descontrolados, há desperdício de tudo. Pensa no funcionamento de toda cadeia produtiva para fazer chegar as lojas o seu presente, por exemplo, maior extração de matéria natural, maior consumo de energia, aumento de lixo, emissão de gases na atmosfera.
A natureza sofre por todos os lados e vale lembrar que a humanidade já consome 50% a mais do que o planeta consegue repor e absorver de danos. O brasileiro Instituto Akatu e o Instituto americano Worldwatch, lançaram uma versão do relatório “Estado do Mundo – 2010”, um documento que retrata as questões ambientais, sobretudo sob o ponto de vista do consumo predador. O estudo enfatiza o dado que apenas um sexto da população do planeta consome 78% de toda a produção mundial.
Segundo dados do relatório, na última década, a humanidade aumentou seu consumo de bens e serviços em 28%, com a carga pesando nos veículos, computadores e telefones celulares. Para produzir tantos bens, é preciso usar cada vez mais recursos naturais.
Além de excessivo, o consumo é desigual. Os 65 países com maior renda, que somam 16% da população mundial, foram responsáveis por 78% dos gastos em bens e serviços.
Os americanos, que detém 5% da população mundial, abocanharam uma fatia de 32% do consumo global. Se todos vivessem como os americanos, o planeta só comportaria uma população de 1,4 bilhão de pessoas. Atualmente já somos sete bilhões. A pior notícia é que a partir de agora, nem mesmo mantendo um padrão de consumo médio, será possível atender igualmente todos os habitantes do planeta. A conclusão do relatório não deixa dúvidas: sem uma mudança cultural que valorize a sustentabilidade e não o consumismo, não haverá esforços governamentais ou avanços tecnológicos capazes de salvar a humanidade dos riscos ambientais e de mudanças climáticas.
O Instituto Akatu inovou ao ligar sem rodeios o consumo e a sustentabilidade do planeta, mais fortemente ameaçado por conta das crises consumistas do final do ano. Eis aqui a uma série de medidas elencadas que podem frear o ímpeto do consumo irresponsável:
1ª – Planeje os gastos. Antes de sair às compras, estipule um valor limite e respeite-o.
2ª – Convide com antecedência. Se você pretende convidar familiares ou amigos para a ceia faça-o com antecedência. Busque confirmação para comprar produtos na medida e evitar desperdícios.
3ª – Faça a lista de produtos. Mesmo que tenha recurso disponível, resista aos novos itens atraentes que podem aparecer.
4ª – Compare preços sempre. A Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) sempre alerta para a variação dos preços dos produtos durante as datas festivas. Pesquise e compare preços.
5ª – Compre pela internet. Na média, os produtos comprados via internet são até 15% mais baratos, e a maioria das lojas entrega em até dez dias, segundo a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico. Além de economizar dinheiro, você economiza combustível. Um veículo a menos poluindo.
6ª – Elimine aos poucos os itens da lista. Aproveite o caminho de volta para casa depois do trabalho e compre os produtos listados. Você contribui para diminuir o trânsito e a superlotação das regiões comerciais nos dias que antecedem o Natal.
7ª – Não tenha vergonha de pechinchar. Na hora de compra, principalmente se pagar a vista e em dinheiro, não deixe de pedir desconto.
8ª – Escolha seu presente agora e compre depois. O varejo nem sempre consegue acabar com os estoques do Natal e, em geral, depois do dia 25, fazem descontos que podem achegar a metade dos preços dos produtos.
Bem, Feliz Natal e boas compras com responsabilidade!