O engajamento político deve ir além do ato de votar

Como mudar o mundo? Aqueles que estão preocupados com os rumos perigosos do desenvolvimento global estão questionando isso com certa veemência porque as instituições têm-se revelado muito tímidas nas reunião que tratam dos desafios ambientais e sociais do nosso tempo. Ainda bem que, sonhadores, podemos imaginar o despertar de um novo ator social: um movimento coordenado de cidadãos globais que lutam em todas as frentes tentando construir uma civilização planetária justa e sustentável.

O Projeto Carnegie encomendou uma análise oportuna sobre a formação dos valores, conhecimentos, habilidades e motivação que garantam o engajamento político e cívico das pessoas ao longo de suas vidas. A preocupante queda na participação dos jovens nos processos eleitorais é uma justificativa e tanto para os programas de engajamento cívico e político, a exemplo do próprio projeto da Carnegie.

Estas são questões legítimas, que lançam desafios de longo prazo tentando aumentar a participação do indivíduo na política. Mesmo se todos os jovens adultos que já confirmaram suas intenções de votar comparecerem nas cabines de votação, não devemos anunciar que a missão foi cumprida e desmantelar os nossos programas. O fato de que jovens de hoje votam menos que os mais velhos fizeram na mesma idade é apenas uma peça de um poderoso conjunto de razões para incentivar a cidadania engajada.

A necessidade de esforços engajamento contínuo deve ser forte e vigilante, para a reversão dessa realidade num agradável ponto de dados mostrando o aumento de voto entre os jovens. Impossível? Não. Porque mesmo assim, muitas categorias ainda estariam sub-representadas nas urnas. Então, ao invés de descansar, qualquer ascensão na votação entre os jovens adultos deve incentivar novos trabalhos, particularmente para que nenhum grupo se sinta excluído do processo político.

Embora a participação dos eleitores seja certamente importante, existem outras razões para observar atentamente e apoiar os esforços de engajamento cívico e político. Todos os cidadãos são absolutamente necessários para a legitimidade da governança democrática e para reforçar nossa cultura democrática. Na excitação de uma campanha no entanto, é preciso também se preocupar com a qualidade geral da participação dos eleitores. E essa preocupação pode ser externada no trabalho para aumentar o conhecimento político relevante, as habilidades e motivações que podem apoiar a cidadania empenhada e eficaz. Todo esforço para validar o engajamento político serve para promover valores cívicos que apoiam a participação política plena.

Não temos um cenário ideal de participação democrática nas eleições e portanto muito trabalho está por vir. Se melhorarmos a qualidade geral da nossa participação na vida política, onde a democracia é entendida como a meta definitiva, também precisamos continuar a promover o voto e outras variedades de modos de participação que contribuam para uma cultura democrática e vibrante do desenvolvimento do cidadão. Nós também precisamos ir além da mera contagem de votos. Jovens e adultos devem decidir através de atos políticos, como e por que eles devem exercer voz e influência política.

As campanhas políticas são momentos fragmentados e impotentes para alavancar a transformação holística, para criar uma visão alternativa e estrategicamente eficaz que possa despertar a consciência e propor uma nova forma de organização política. A medida que evoluímos com um projeto que deve promover uma política de confiança, também selamos um compromisso de unidade e equilíbrio com os movimentos populares, que desenvolveram inúmeras identidades nacionais mais nclusivas e conscientes. Podemos observar o prenúncio do movimento no coro crescente dos cidadãos associados chamando para uma mudança fundamental do curso de nossas vidas.

Organizações e indivíduos têm trabalhado assiduamente em toda a extensão dos problemas ambientais e sociais que o mundo enfrenta. Os grandes encontros anuais do Fórum Social Mundial, os protestos em todo o mundo contra as guerras, os movimentos globais por justiça social e meio ambiente, além de campanhas coordenadas para influenciar a política internacional são as expressões tangíveis da crescente preocupação do público.

E como nos aproximamos dos governos da nossa sociedade global? Uma resposta adequada deve abordar a participação efetiva e consciente do cidadão no processo eleitoral local, enfrentar os desafios contra a fragmentação da nossa ordem política, fazer coro na ladainha de críticas dos problemas supra-nacionais, como; mudança climática, estabilidade financeira, o conflito cultural, comida, segurança, o esgotamento dos recursos naturais, a globalização econômica e a lista continua…Imagina o avanço de um movimento global de cidadãos preocupados, articulados e envolvidos na promoção da mudança, representando de fato o surgimento da sociedade civil engajada, onde o envolvimento político iria muito além do ato de votar.

Talvez nos encontramos hoje no meio de uma crise eleitoral, onde a fé e confiança em nossos sistemas de voto estejam corroídas. Mas, se a democracia significa o governo por, de, e para todas as pessoas, e não apenas para uns poucos privilegiados, temos de estar preocupados com aumento da inclusão das vozes e dos votos que exercem influência em todas as arenas políticas.

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