Um trecho da República, de Platão, a “Alegoria da Caverna” é uma figura de clássica alegoria à condição humana. É uma história que mostra como a verdadeira realidade nem sempre é o que parece ser na superfície. A alegoria da caverna é um diálogo fictício entre Sócrates e Glaucon, irmão de Platão.
Três prisioneiros foram acorrentados no interior de uma caverna durante muito tempo. Eles foram acorrentados com a cabeça virada contra a parede da caverna e tudo o que podiam ver e ouvir eram as sombras, estampadas nessa parede dos objetos carregados por aqueles que passavam às suas costas, à frente de uma grande fogueira e os ecos dos ruídos vindos do mundo exterior. Esta era a única realidade que eles conheciam.
Então um dia, um prisioneiro consegue libertar-se.
Ele está cego pela luz fora da caverna e espantado ao ver uma realidade completamente nova de pessoas, animais e objetos que ele nunca conheceu. Ele volta a caverna para contar aos amigos prisioneiros a notícia, mas para seu espanto eles não acreditam que existe outra vida lá fora e para eles o mundo das sombras é a única realidade. A alegoria da caverna serve supostamente para explicar como algumas pessoas ainda vivem acorrentadas em uma caverna e o que podemos fazer para nos libertar da escuridão e alcançar o entendimento e a verdade e como podemos escolher entre ser um homem sem dote ou o rei das sombras.
A alegoria da caverna insinua que nossa tragédia reside simplesmente na nossa recusa em reconhecer que vivemos em uma certa condição de prisão perpétua, agarrando-nos às imagens e sons das sombras e fechando os olhos para a realidade.
A alegoria inteira poderia ser interpretada em múltiplas dimensões; misticamente, psicologicamente e politicamente.
A consciência é o primeiro passo no processo de compreender os fatos, sair da escuridão e enfrentar o mundo real com posicionamento, sem negligência. Ao nos libertarmos das ilusões que cegam passamos a existir dentro dos princípios que acreditamos válidos.
À medida que as decisões dos outros afetam ou beneficiam nossas vidas, devemos procurar entende-las. Esse entendimento, em seguida, nos dá a oportunidade e liberdade para mudarmos as coisas que queremos mudar. Não devemos viver fora do âmbito da comunidade e dos governos da nossa cidade. Mas para tomar decisões e fazer escolhas temos que ter certa percepção do mundo.
Percepção realista do mundo de hoje inclui todos os sinais de alerta. Não devemos ter medo de sermos inadequados, não devemos temer o poder dos outros, não podemos permitir que a nossa luz nos assuste.
E você, como está percebendo o mundo? O que está acontecendo a sua volta? Você sente as ações do governo no sua vida cotidiana? Ver o mundo como ele realmente é, sem nenhuma mediação imposta é um sonho perseguido desde a Antiguidade.
Percepção, em termos simples, é a compreensão ou a consciência de algo por meio de um ou mais dos sentidos – visão, audição, tato, paladar e olfato. Você pode, por exemplo, perceber a presença de uma pessoa em uma sala, porque você testemunhou com seus próprios olhos, ouviu passos ou sentiu a vibração de alguém andando pelo chão. Essa seria uma percepção básica do nosso mundo físico.
Assim, suas percepções gerais não são apenas sobre como você percebe o mundo ao assistir notícias, mas como você está respondendo ao mundo que você percebe através das notícias. Você está vendo e respondendo ao mundo com bondade, sem julgamento, respeito e compaixão ou através da lente da insegurança, preocupação, resignação, medo ou raiva?
Portanto sair da caverna é aceitar a luz da percepção, compreender o mundo, aprender o funcionamento da estrutura básica dos negócios, da política e da vida. Porque o que aprisiona o homem é a incerteza diante do descortinar do novo dia, o que aprisiona o homem é a não deliberada vontade de romper, de seguir um rumo, de ser livre.
O homem aprisionado não vê adiante, não rompe com conceitos estreitos, fica lá furtivo e silencioso, olhando a vida através da sombra estampada na parede da caverna.