Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem salvar o mundo

Malala Yousafzai , uma ativista a favor da educação é a menina paquistanesa que foi ferida a tiros por um extremista talibã, por frequentar assiduamente a escola. Ela discursou na ONU, em 12 de julho passado, quando completou 16 anos e viu a data ser institucionalizada como “ Dia de Malala”. Usando um xale da ex-premier do Paquistão Benazir Bhutto, que foi assassinada em 27 de dezembro de 2007, agradeceu todas as preces, ajuda e cuidados, dos quais dependeu para sua recuperação, na Inglaterra, para onde mudou-se com a família.

Malala foi firme ao apelar aos governantes que garantam a educação obrigatória e gratuita para as crianças em todo o mundo. No discurso proferido na assembleia das Nações Unidas, falou pouco de si e deu ênfase ao desafio de tornar a educação o carro chefe a mover o mundo.

“Hoje não é o dia de Malala. Hoje é o dia de cada mulher, cada menino e menina que levantou a voz pelos seus direitos. Milhares de pessoas foram mortas pelos terroristas e milhões ficaram feridos. Eu sou apenas um deles. Então, aqui estou eu, uma menina, entre muitas outras, que não fala por si, mas por aqueles que não podem ser ouvidos, por aqueles que lutaram pelos seus direitos. O seu direito de viver em paz, o direito de ser tratado com dignidade, o direito à igualdade de oportunidades, o direito de ser educado. Queridos amigos, em 9 de outubro de 2012, os terroristas acertaram um tiro no lado esquerdo da minha testa. Eles achavam que as balas iam me calar, mas não conseguiram. Em vez do silêncio, despertaram milhares de outras vozes.

Os terroristas pensaram que iriam mudar meus objetivos e frear as minhas ambições. Mas nada mudou na minha vida a não ser que a fraqueza, o medo e a desesperança morreram e uma nova força, poder e coragem nasceram em mim. Eu sou a mesma menina, minhas esperanças e meus sonhos são os mesmos. Estou aqui para falar sobre o direito à educação para todas as crianças. Nós percebemos a importância da luz quando vivemos na escuridão, percebemos a importância da nossa voz quando nos obrigam ao silêncio. No Paquistão, eu percebi a importância de canetas e livros quando vi as armas apontadas. Os extremistas têm medo de livros e canetas. O poder da educação assusta.

Apelamos a todos os governos para lutar contra a violência, para proteger as crianças da brutalidade. Apelamos aos países desenvolvidos para apoiar a expansão das oportunidades de educação para as meninas no mundo em desenvolvimento. Apelamos para que sejam todos tolerantes, para que rejeitem preconceitos de casta, credo, seita, cor, religião. Nós não podemos ter sucesso quando metade de nós está retida na escuridão. Queremos escolas e educação para um futuro de paz para as crianças.

Não podemos esquecer que milhões de pessoas estão sofrendo com a pobreza, com a injustiça e com a ignorância. Não devemos esquecer que milhões de crianças estão fora das escolas. Não devemos esquecer que os nossos irmãos e irmãs estão à espera de um futuro pacífico e brilhante. Por isso então, vamos travar uma luta gloriosa contra o analfabetismo, vamos pegar nossos livros e nossas canetas, pois são eles nossas armas mais poderosas. A educação é a única solução. Educação em primeiro lugar”!

Segundo dados da Unesco, 57 milhões de crianças estão fora das escolas.

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