A afirmação é do estatístico e escritor americano, Nate Silver, que escreveu, entre outros, o livro “ O Sinal e o Ruído”. As pessoas gostam de estatísticas, é fato; previsão do tempo, da movimentação econômica, pesquisas eleitorais. Quanto aos erros das previsões, vejamos como foram os últimos dias que antecederam o prazo final para filiação partidária para quem quer candidatar-se na próxima eleição. A presidenciável Marina Silva criaria a Rede Sustentabilidade, porque não comungava com as práticas políticas de nenhum partido brasileiro. Ao ter o registro negado, foi-lhe oferecido o PPS, PC do B, PV para filiar-se e seguir adiante com o projeto de concorrer a presidência da república. Todos apostaram nisso. O que fez Marina? Abrigou-se nos braços de Eduardo Campos, ele próprio candidato a presidente. Marina? Coadjuvante! Como disse o presidente do PSDB Aécio Neves: “Eu e ninguém esperávamos essa reviravolta”.
Em todas essas áreas, mas sobretudo na política, as previsões saem erradas graças a preconceitos, interesses escusos e excesso de confiança. Para alcançar interesse as previsões têm de ser chocantes e inesperadas e baseadas em projetos inovadores, que distinguem um verdadeiro sinal de ruído.
A maioria das previsões falham, muitas vezes com um grande custo para a sociedade, porque a maioria de nós temos vaga compreensão da probabilidade e da incerteza.
Mas o excesso de confiança é muitas vezes a razão para o fracasso. Se a nossa apreciação da incerteza aumenta, as nossas previsões podem melhorar muito. Este é o paradoxo da previsão: Quanto mais humildade formos sobre a nossa capacidade de fazer previsões, mais bem sucedido seremos no planejamento do futuro. Os detalhes das conversas políticas, os encontros devem ser analisados dentro de um contexto amplo, valorizando todos os agentes, explorando semelhanças inesperadas. A verdade é encontrada onde poucos se preocupam em olhar. Na maioria dos casos a previsão é ainda uma ciência perigosa e muito rudimentar.
As pesquisas não traduzem perfeitamente as expectativas, mas as previsões mais precisas tendem a trabalhar bem com a probabilidade, distinguem o previsível a partir do imprevisível, do olhar que capta os sutis movimentos e percebe mil pequenos detalhes que levam mais perto da verdade.
Distinguir o sinal do ruído requer tanto o conhecimento científico e de autoconhecimento: a serenidade para aceitar as coisas que não podemos prever, a coragem de prever as coisas que posso, e a sabedoria para saber a diferença, ironiza Nate Silver.