O espaço público e o privado

É senso comum que existe uma classe dominante, que influencia os negócios e políticas públicas da sociedade, que são as redes privadas controladas por homens ricos e poderosos, que eventualmente também, é a causa do surgimento de escândalos envolvendo homens públicos. Embora na política, tal como na vida particular, a despeito dos interesses, temos que olhar os meios que utilizamos para atingir nossos objetivos.

Muitas redes privadas nos inspiram e nos ensinam a trabalhar com mais determinação para um futuro melhor. São empresas, cujos líderes empresariais desempenham um papel público, crucial no mundo moderno, como debatedores dos principais desafios futuros. A classe política precisa dessa contribuição, desde que seja ela despida de interesse financeiro e vantagens.

Os governos dos dias de hoje têm que lidar não apenas com outros governos, com os relacionamentos institucionais, mas também com as sociedades privadas que têm em todos os lugares e seus agentes, que não tem nenhuma afinidade com a ideologia do governo, mas aderem a este, de olho nos interesses do grupo que representa. Da ascensão espetacular ao colapso de empresários que serviram-se dos governo para enriquecer, fica a advertência do que pode dar errado quando o dinheiro público é usado para apoiar a iniciativa privada ou quando o inverso ocorre e as redes privadas bancam estripulias de políticos.

O grupo de Bilderberg, que é acusado de fixar o destino do mundo por trás de portas fechadas é uma confraria de corretores, empresários, banqueiros e industriais de diversas áreas, que se reúne em lugares sigilosos, em data camuflada, para tratar de questões globais, para definir variações cambiais, manipular seus faturamentos e nível de influência de suas corporações na sociedade política mundial. Nem uma palavra do que é dito nas reuniões do grupo é conhecida aqui fora, mas os efeitos do consenso das decisões vai-se percebendo aos poucos na política que é feita no mundo.

Que a política global está amplamente moldada pelos interesses das grandes redes corporativas, não há dúvida, contudo, o desenvolvimento da vida social na era moderna reflete as oportunidades que temos e as limitações normativas do que é público e não nos pertence. Praticar a diferença do que é público e privado é fundamental, assim como é salutar que os líderes na política, negócios, finanças e meios de comunicação possam compartilhar a crença no valor de soluções globais se reúnam, troquem experiências, falem de negócios, de suas posições e aspirações.

Esse convívio e apoio deve ser crucial para o sucesso da democracia. O que não pode haver é a negociação livre de favores e a disputa por posições de influencia e autoridade. Porque enquanto os negócios e a política permanecerem mutuamente dependentes, só os negócios vão prosperar. John Kennedy disse: “Você não pode negociar com pessoas que dizem que o que é meu é meu e o que é seu é negociável”.

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