Conversinha de mulher

Algumas mulheres, inegavelmente, ocupam espaços importantes. São influentes, tomadoras de decisões, dão passos agressivos e decisivos na gestão de negócios, demonstram boa performance como investidoras e doam-se à ações filantrópicas.

Em Taiwan, Jamaica, Croácia, Chile, Polônia, Noruega, Dinamarca, Alemanha, Brasil e muitos outros países há mulheres governando países. As mulheres estão na BM&F, em Wall Street e nas grandes empresas. Aqui na nossa terra, o Tribunal Regional Eleitoral, o do Trabalho, as duas universidades públicas, UFMT e UNEMAT e a Academia de Letras são presididas por mulheres.

No âmbito político, as mulheres não têm a mesma representação nos cargos mais altos; nenhuma senadora ou deputada federal; apenas uma deputada estadual, duas secretárias de Estado e uma vereadora no Legislativo da Capital de Mato Grosso.

A despeito de haver um monte de mulheres fortes, que são líderes, não há o suficiente no mundo dos negócios nem na política. O Brasil ocupa o vergonhoso 29º lugar nas Américas, que tem a Bolívia na dianteira, como o país que tem maior representação feminina no parlamento.

Conversinha de mulher hoje é falar sobre o êxodo do povo sírio, do financiamento americano de guerras perpétuas, da abertura diplomática entre os Estados e Cuba. Conversinha de mulher é opinar sobre as ações coercitivas da Polícia Federal, do poder de Deus transferido aos homens mortais do Ministério Público. Conversinha de mulher é tentar entender onde vamos parar com tantos desmandos. Acreditam alguns que estamos vivendo um processo de depuração. Depois virá a paz…a tão sonhada paz…Isso sim, é sonho de homem. Mulher não acredita nisso! Não agora!

Conversinha de mulher é por fim analisar os dados dos relatórios sobre a violência contra elas e numa perspectiva realista tentar entender porque o aumento das denúncias e da pena não reduzem as agressões. Conversinha de mulher é cobrar dos governos uma reforma política inclusiva, cobrar educação de qualidade para formar os bons cidadãos para a sociedade que queremos ter no futuro; cobrar resposta rápida e eficiente para controlar as “zicas” que tornam a saúde pública vulnerável.

Em certa medida há um amplo espectro de estratégias para tornar as mulheres mais participativas politicamente, para que elas se preocupem mais com a vida cívica e com os contextos culturais e políticos de suas comunidades e o processo de engajamento naturalmente desperta a cobrança para que se coloquem nas disputas eleitorais, principalmente onde há um eleitorado desgostoso com os políticos homens que estão no poder. Não creio que seja somente questão de gênero, mas também a intenção de promover um emparelhamento de condições para romper e definitivamente deixar para trás os séculos de submissão.

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