Dedo na ferida

Trovoadas na política não cessam. A tese que pedia eleições diretas era coerente ao PT e partidos aliados, agora ganha adesão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que compara o governo de Temer a uma pinguela prestes a desabar e do ex presidente do STF, Joaquim Barbosa. Temer, contudo descarta convocar eleições gerais e tem adotado o comportamento de enfrentamento, como se não tivesse cometido deslize algum.

Temos vivido aos trancos e barrancos, assistindo algo como o desmonte de uma máquina, a qual creditavam potencial e ela quebrava. Consertam, ela funciona, creditam-lhe potencial e ela quebra novamente. O que há de errado com esta máquina que se chama Brasil, onde a dominação política tem sido legitimada pelos vínculos recíprocos entre as instituições, enquanto esperava-se que os outros poderes agissem como freio para limitar o abuso de poder?

O país oferece educação gratuita e saúde de acesso universal, embora sabemos que o governo não tem dinheiro tampouco a pretensão de bancar nenhum nem outro com qualidade e ainda assim, nosso ego, como país gigante, mega produtor, dono de uma diversidade cultural inigualável, nos cega diante da realidade que sabemos pouco do que se passa no país, que a mídia alimenta o povo somente no limite do que quer tornar público.

As críticas são pontuais e tímidas diante da soberba que nos leva a crer que estamos no limiar da travessia para um futuro onde nosso potencial será reverenciado. A realidade é que a economia segue instável e as novas vidas também.E isso cansa!

No Estado, a mania de grandeza segue desproporcional. Somos os maiores, os melhores, exportamos para o mundo, mas ainda não temos resolvido o problema da infraestrutura das estradas ou forma alternativa de transporte para escoar a produção.

A saúde, por mais que tentem, Estado e municípios não conseguem redimensionar a capacidade de responder ao indivíduo com atendimento humanizado e eficiente. O setor público está inchado e segue o embate dos servidores cobrando o pagamento da RGA do Estado.

Amigos do setor privado do comércio e indústria estão reclamando dos impostos abusivos e da burocracia desmedida já incorporada aos processos públicos, o que só promove a mediocridade do sistema.

Hora de parar de amaciar o ego e fazer prevalecer a racionalidade política e econômica, a generosidade para atender os mais necessitados e certa humildade para reconhecer que falhamos muito, porque nossos ideais nem sempre são republicanos e os governantes acabam se distanciando muito das aspirações da sociedade e estas são umas das causas das nossas formidáveis desilusões.

É uma luta acessara universidade e a saúde pública, conseguir equilibrar o fardo da existência e o peso da consciência e a incerteza que se alarga a cada nova denúncia envolvendo governantes de centro, direita e esquerda. É um vexame condenatório sem precedentes.

E o único indício que temos é que até 2018 chegar, navegaremos em mares revoltos e depois sentiremos novamente a consequência da escolha da maioria. E convenhamos, sempre foi um pouco assustador viver com os resultados das nossas escolhas.

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