Algumas pessoas são reais, algumas são falsas

Causou certa perplexidade a investigação feita e divulgada pela rede inglesa BBC acerca da escandalosa quantidade de perfis falsos ativos nas redes sociais. Talvez a estranheza maior tenha vindo da confirmação que há empresas brasileiras especializadas no ato de espalhar um exército de perfis falsos para difundir ideias ou plantar notícias inverídicas sobre políticos brasileiros com a intenção de arrebanhar seguidores e manipular a mente destes.

Obviamente a plataforma das redes sociais, que vieram para democratizar o acesso à palavra é voltada para atender pessoas reais, usando identidades legítimas.

Existem grandes nomes em diversas áreas, pessoas inteligentes, inovadoras e respeitadas que compartilham democraticamente suas experiências de conteúdo legítimo e diversificado com amigos reais e virtuais.

Vivemos em uma era na qual tudo muda muito rapidamente e a internet nos deu linguagem e compreensão para os novos significados desse mundo veloz que entre outras coisas, nos possibilita resgatar o relacionamento com pessoas queridas que vivem distantes.

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman disse que as redes sociais, colocando em parêntese o fato de oferecer serviços úteis e prazerosos, são armadilhas perigosas, sobretudo porque dão vozes a todo tipo de gente e não favorece o diálogo real porque muita gente usa-as para ampliar seus conhecimentos e não estão interessados em diversificar, em abrir a mente, mas ao contrário, atuam na superficialidade e se fecham em suas zonas de conforto.

Abaixo a censura! A saída é usar anticorpos para saber separar as pessoas e notícias falsas das verdadeiras. Porque pessoas dissimuladas há em toda parte, não é algo inerente ao mundo virtual, uma nacionalidade, raça, gênero ou etnia.

Seres falsos estão entre as famílias, no ambiente de trabalho, entre os “pseudos” amigos, enfim. Muitas pessoas que conhecemos na vida real são tão “fakes”que não podem trazer seus pensamentos à luz e dar-lhes vida. Em algum lugar da internet li que algumas pessoas são reais. Algumas pessoas são boas. Algumas pessoas são falsas e algumas pessoas são muito boas em ser falsas.

É comum presenciarmos insultos e faltas de respeito com quem se expressa no sentido contrário da manada nas redes sociais, porém o escritor italiano Umberto Eco, surpreendeu pela forma rude com que referiu-se às redes sociais ao receber um prêmio na Universidade de Turim, no ano de 2015.

Eco criticou “a disseminação da informação que dá direito à palavra a uma legião de imbecis e promove o idiota da aldeia a detentor da verdade”. Mas enfim, ideia do famoso escritor é apenas a ideia dele. E a crítica, descontextualizada talvez, mas absolutamente desconectada da realidade, soa pretensiosa, preconceituosa e sectária.

O mundo tanto real quanto virtual deve ser visto de forma particularizada, com detalhes, expondo as diferenças saudáveis e nunca de forma generalizada, porque o preconceito e a arrogância se manifestam nas generalizações.

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