2018 vai ter que esperar

Não há ambiente para se lançar candidaturas agora, nem mesmo para discutir nomes. Por enquanto, é só fazer análise e os políticos tentarem escapar da vulnerabilidade que todos estão sujeitos.

Estar na política nesse momento é silenciar e aguardar os desdobramentos da delação “monstruosa” do ex-governador Silval Barbosa. Uns foram atingidos em cheio pela delação de quatro volumes confeccionados sob a tutela do ministro Luiz Fux.

Alguns políticos foram capturados em imagens num contexto difícil de explicação plausível e estes precisam construir uma interpretação realista, que não seja apenas vociferar contra \”os réus confessos\” que os delataram.

Outros foram apenas citados, aparentemente sem provas e estas acusações devem se perder no longo e tenebroso caminho que leva a 2018.

O momento pós-delação é complicado. Eu penso que vai por água abaixo tudo o que foi minimamente construído em termos de alianças possíveis e apoios declarados porque fatos novos podem surgir e muitos delatados no afã de se defenderem lançam sobre outros acusações até então não citadas.

Fora isto, está claro que os que tomaram a dianteira ou foram colocados em candidaturas importantes acabaram sendo alvos prioritários das delações.

O melhor exemplo do que digo, vem acontecendo com o ministro da Agricultura Blairo Maggi, que desde que teve o nome citado como possível vice-presidente da república numa chapa articulada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tem suscitado um movimento para desestabilizar e inviabilizar seu nome, além de ter se tornado alvo constante de acusações por parte dos que se opõem ao governo de Temer.

A conta tem sido salgada e como diz o próprio ministro, ele tem que matar um leão por dia para defender-se e conciliar os trabalhos à frente do ministério. E aí valeu tudo, até mesmo a história de má fé da FAB, no caso do avião carregado de drogas.

Estamos vivendo momentos sem precedentes. Basta um político assanhar-se numa candidatura ou apoiar um projeto de eleição que vira alvo. No momento penso que a atitude mais sensata seria apenas assegurar os espaços junto aos eleitores e cumprir um bom calendário nas bases.

Se é fato que as instituições só funcionam quando são respeitadas, a Justiça tem mostrado serviço e mandado o recado que ninguém está acima da lei. A prisão do ex-governador Silval Barbosa durou quase dois anos e no cenário nacional seguem presos o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral e o ex-mega empresário Marcelo Odebrecht.

Na Coréia do Sul, num caso muito parecido com que se viu no Brasil envolvendo relacionamento transgressor e íntimo entre empresário e presidente, após um midiático julgamento em Seul, foi para a cadeia por corrupção, o herdeiro da marca mundial Samsung.

Enquanto uns comentam e se preocupam com a corrupção e a delação do ex-governador Silval Barbosa, a grande maioria das pessoas quer mesmo saber quem é o homem que Reynaldo Gianecchini supostamente beijava nas águas do mar de Ibiza, Espanha. Vê? 2018 ainda está longe de acontecer!

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