Escala de influência

Não é verdadeira a afirmação que na eleição em que a verba pública predominou, candidatos com orçamentos mais elevados não conseguiram se eleger. Tanto os candidatos que sequer contaram com o financiamento público de campanha se elegeram quanto candidatos que gastaram no limite dos gastos permitido conforme a resolução sobre arrecadação e gastos por partidos e candidatos.

As entidades sindicais e associações ligadas a setores diversos da economia se empenharam para garantir a eleição de políticos que defendem suas propostas, mas no Brasil todo vimos também a eleição de candidatos absolutamente desvinculados dessa categorização e que seguiram independentes, com a promessa de atuar nas causas justas, à revelia dos blocos formais que fazem história e ditam as regras na vida do Congresso Nacional.

É um momento em que tudo está desarticulado e há um certo esvaziamento de lógica e muitos candidatos de partidos que tinha candidato a presidente da República acabaram se apropriando de presidenciáveis de outras legendas. Creio que a dinâmica de alguns foi absurdamente interesseira, mas tá valendo.

Os partidos políticos se apequenaram, perderam força; o mito do tempo de horário político caiu por terra. Há aqueles que fizeram caravanas nos seus estados, prefeitos que transferiram votos de seus munícipes aos candidatos apoiados, há políticos reclamando que transferiram horrores em emendas parlamentares para determinada região e o voto não veio e há aqueles que mobilizaram além de seus limites, o público real que transita no mundo já sondável das mídias sociais, que baratearam substancialmente algumas campanhas e venceram. Enfim, dizer que houve de tudo, que das estratégias vistas, viu-se de tudo parece razoável.

Políticos tradicionais se elegeram fazendo campanhas tradicionalmente caras, percorreram seus estados cumprindo agenda formulada pelos partidos minimamente organizados nos municípios. Outros porém, com bagagem política e outros sem experiência, sem respaldo partidário, sem intermediários nos municípios, sem cumplicidade com a classe política, lançaram-se à campanha destemidos, enfrentando ataques na contrapartida de suas movimentações independentes.

A senadora eleita Selma Arruda flertou com a inovação. Estreante na política, trouxe valores da vida profissional para a campanha, não contou com recurso do fundo partidário, não teve tempo na TV, não foi um produto de marketing para ser ela mesma, o tempo todo.

O Estado de Mato Grosso, de certa forma flertou com a renovação também.  Não reelegeu o governador, dos 2 senadores eleitos, uma é estreante na política; dos oito deputados federais, apenas Carlos Bezerra foi reeleito e dos 24 deputados estaduais, apenas 10 foram reconduzidos à Assembleia legislativa. Pode não ser um dado marcante mas a eleição de mulheres também foi ampliada. Mato Grosso elegeu uma senadora, uma deputada federal e uma deputada estadual.

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