Que diferença faz o passar do tempo!

Fim de eleições, início de especulações, anúncios precipitados, atitudes impensadas, impactadas pelos resultados. Que diferença faz um dia bem dormido, um livro lido, análises mais frias, agendas sem correrias!

Depois de certo tempo é possível conectar os pontos antes incompreensíveis, abordar tópicos diante das peculiaridades mais destacadas dos sentidos e finalmente os eleitos vão se encontrando e se preparando para assumir as novas posições, resguardando suas ideias políticas, meticulosamente explicadas no período eleitoral.

As perdas e vitórias da eleição são as bases que provavelmente reformularão o cenário político do próximo ano. A eleição confirmou a existência de ondas, que apareciam como tendências de um ciclo novo, a cada leitura de determinada realidade. Governadores que ensaiavam a posse foram derrotados, senadores de vários estados não se reelegeram, entretanto, como em todas as corridas eleitorais, cidadãos sobrecarregados de desgastes se elegeram em situações destacadas.

É possível agora, passado alguns dias, até utilizar as eleições para interpretar o declínio de alguns grandes representantes da política tradicional; a fragilidade temporária e as limitações que se abateram sobre alguns outros candidatos e apoiadores, além da vitória triunfante de líderes que não perdem há anos.  Enfim, vem aí governo novo, acelerando antes mesmo de tomar posse, para iniciar o mandato remodelado, com cortes e vantagens já implementados.

A identidade dos partidos sai turva das eleições. Não conseguiram sequer tornar seus estatutos conhecidos pelos eleitos tamanha a falta de coerência dos textos e excesso de regras.  Tocqueville, em A Democracia na América, assim tratou dos partidos: “Os partidos são um mal inerente aos governos livres.” Assim sendo, mesmo em condições mínimas de existência, continuarão pregando seus proselitismos e certamente, tentarão fusões para fugir da cláusula de barreira.

Após cada eleição, a fase de retraimento dos partidos políticos agrava-se.

A fase política que estamos vivenciando agora, é a transição. Para todos os eleitos, é o momento de definir espaços, unificar as realidades paralelas, ajustar números, pensar em nomes, postular posições. Pois que distante das reviravoltas políticas, das retóricas, é hora de contabilizar o apoio e preocupar-se com as escolhas antes que a transição chegue ao seu ponto terminal.

Daqui a pouco entra-se no momento de afirmação. De manutenção da autonomia para manter o controle das pautas de mudanças e debater temas controvertidos; daqui a pouco é hora de expressar-se na arena política, como uma força capaz de mudar o jogo

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