A falta de esperança é letal

\"hope\"Condeno nos termos mais fortes possíveis todos os flagrantes de ódio, fanatismo e violência, de qualquer lado que venha, empunhado sob qualquer bandeira: ideológica ou a violência urbana clássica e crônica.

Em tempo de crise a modalidade de matar são as mais baratas; atentados por meio de atropelamentos, como aconteceu em Charlottesville, Estados Unidos e Barcelona, na Espanha e já somam oito no ano de 2017.

Em Barcelona, os terroristas espalharam terror e caos, mas houve uma correria para promover assistência imediata aos feridos e estabilizar o desespero dos moradores com diálogo, programa de restauração da confiança na proteção dada pelo governo e acompanhamento das vítimas.

Nos Estados Unidos, não foi bem assim. A primeira reação do presidente foi igualar as forças e a causa dos que se enfrentavam. Colocou os defensores da supremacia branca, que gritavam exaltando o preconceito racial e a misogenia, no mesmo nível dos que saíram às ruas para combater o preconceito.

Os grupos não vinham da mesma base de crenças e Trump sabia disso porque ele próprio crê na supremacia de uma raça sobre as outras. Tanto que em entrevista, David Duke, um ex-líder da KuKlux,Klan admiteque o presidente americano os empoderou. Então, em Charlottesville não foi um protesto que tomou rumo violento, a violência sempre esteve ali, latente no sistema de crença daqueles indivíduos racistas.

Estamos avançando no século XXI e não importa qual seja sua visão de mundo, chega! Não podemos ser ambíguos com relação a violência e amarrar nossos destinos a estes fatores que geram perturbação constante e medo. Os grupos radicais florescem nas democracias, onde se aproveitam da pluralidade política e da liberdade de se associarem.

Como se vê, os riscos são eminentes e talvez permanentes de a violência promovida pelo terrorismo e pela supremacia de grupos extremistas ainda ir longe, porque nem mesmo numa democracia todas as pessoas agem moralmente.

A pós modernidade vem atestando a falência de muitos valores que tínhamos. Que liberdade pós-moderna é essa que estamos vivendo?

Que reflete a descrençana existência de um caminho seguro para ser feliz, que faz crescer a incerteza quanto o quefazer, que naturaliza a predileção pelo radicalismo efêmero, pela fé fragmentada epela falta de compaixão? Estamos habitando espaços vulneráveis e querem a todo custo que estejamos preparados para absorver a cultura dos atentados.

Em tempos difíceis como estes, de crises evidentes dos valores fundamentais, vivemos sob ameaça dos atentados cotidianos em Cuiabá, onde a violência impiedosa empilha pessoas nas cadeiras de fios nos corredores do Pronto Socorro; a todo momento lemos mensagens de amigos relatando violência sofrida por estes ou familiares, mas as informações oficiais desmentem meu relato e anunciam a queda nos índices de violência na região metropolitana de Cuiabá.

No Brasil, entretanto, dados oficiais registrados nos órgãos de segurança nacional confirmam que 155 cidadãos são assassinados por dia e o país fecha o semestre com mais de 28 mil casos de homicídios.

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