A política está mudando para pior

Acreditamos facilmente no que queremos e em meio a nossa grande ignorância se, ao invés de queixas, algumas justificáveis, cada um procurasse conhecer e cumprir seus deveres, dificilmente nos extraviaríamos da preocupação de saber as ações justas que devemos realizar, quais evitar, quais leis devemos obedecer e sob qual lei seremos julgados depois.

Com todo respeito às coisas pretéritas e esperanças consoladoras, é neste presente que está acontecendo novos contornos e realinhamentos políticos locais, nacionais e internacionais.

É real a possibilidade de alarmante surpresa nas eleições do ano que vem. O cenário nacional é sombrio e está recheado de pautas conservadoras e políticos idem.

A economia está ancorada nas exportações de alimentos que impulsionam o já potente agronegócio brasileiro e a política está sendo pautada pelas ações do Judiciário. Investigar que é bom ninguém quer e no auge do retrocesso em algumas delações famosas, o MP perde tempo elaborando um manual de boas práticas para a delação premiada. Não é cômico, mas vamos para as eleições sem saber se votamos nos políticos ou nos membros do Judiciário.

 

É claro que as nossas inquietações sociais são frutos de escolhas políticas equivocadas, propositais e atemporais. É fruto do voto vendido, negociado, da falta de questionamentos e negação.

Por que não paramos com isso? Porque não queremos. Por acomodação e ignorância. Entretanto é difícil acostumar-se a viver em permanente transitoriedade. E assim, num cenário que desnuda novas realidades, vamos falando de eleições com coronel, secretário de Estado e deputado presos.

Pensa que chegamos ao fundo do poço? Não! Basta lembrar da foto da posse da procuradora-geral da República. Na mesa de autoridades apenas ela, a procuradora Raquel Dodge não era investigada.

Enfim, a República que foi exaltada como “perfeita” em discurso proferido na ONU semana passada, é a mesma que conhecemos: imperfeita e corruptível, envolta no sistema político mais fragmentado do mundo, onde o pemedebismo é a cultura dominante.

E assim vamos para as eleições sem ter aprendido discutir com eficiência, a homofobia, o racismo, a honestidade com a coisa pública; sem enfrentar de frente os problemas crônicos com a educação, saúde e segurança.

Estamos falando de eleições, mas a reforma política está emperrada, sem consenso e com destaques que sequer foram apreciados ainda e o prazo para votação finda dia 07 de outubro, próxima semana.

Além disso, a maioria dos eleitores não vêm seus pontos de vista refletidos nas posições políticas de nenhum suposto líder que se apresenta para 2018.

As partes precisam se entender.

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