Alguns são bons. Outros ruins. Nenhum é perfeito

A política não separa o individuo de tudo, não confina a pessoa em si própria, não fecha todos os horizontes, não proíbe buscar o frescor e reciclar as coligações. Não é regra política que as conversas sejam tão defensivas, cheias de metáforas, quando não há o silêncio desconfortável.

A política remete à ideia de democracia e esta pressupõe a participação do eleitor, de modo que, é praticamente impossível imaginar uma democracia sem voto, embora o voto seja um indicador insuficiente de democracia num sistema político.

Para garantir a efetividade nessas eleições, o voto consciente seria o voto de conceito, o voto dado numa ideia pontual, numa característica marcante, num projeto e discurso focados, cujos candidatos rebatam notícias falsas com fatos e números, candidatos que lêem e não apenas repassam dados aleatórios repassados por pseudos mentores intelectuais, para confundir a opinião pública.

É lamentável que grande parte dos eleitores vão para os locais de votação sem ter ideia clara em que projeto estão votando. De forma fragmentada, levam rabiscos dos números dos candidatos e guardam vagas promessas que ouviram nos programas eleitorais.

Portanto, sendo a política uma atividade exercida por seres tão diversos quanto contraditórios, alguns serão bons, outros ruins e nenhum é perfeito. Grande parte dos políticos tem ligações intrínsecas com a ganância, com a sublimação do foco em si mesmo, o que, de certa forma cria o ambiente favorável para a implantação de ações políticas predadoras.

Nas eleições de 1959, a população da cidade de São Paulo votou em massa num rinoceronte, chamado Cacareco para vereador. O momento era de insatisfação imensa com a classe política local e a popularidade do rinoceronte que viera por empréstimo para a inauguração do zoológico de São Paulo inspirou a manifestação de protesto dos eleitores. No final da apuração, Cacareco surpreendentemente recebeu quase 100 mil votos.

Em 1988 alguns jornalistas irreverentes e críticos da classe política do Rio de Janeiro, lançaram a candidatura do macaco chamado Tião, a prefeito da cidade. O Macaco Tião era muito conhecido por ser temperamental e nos rompantes de fúria, jogava restos de comida e fezes nos visitantes do zoológico. Obviamente a votação foi anulada, mas estima-se que Macaco Tião tenha recebido mais de 400 mil votos.

Alguns tipos populares surgiram depois e arrebanharam milhares de votos de eleitores igualmente decepcionados e confusos.

Pode ser que a expectativa da renovação não se cumpra nesse pleito, mas pode ser agora a hora de arejar os grupos políticos tradicionais

Compartilhe

1 comentário em “Alguns são bons. Outros ruins. Nenhum é perfeito”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *