O sistema carcerário abriga figurões. Temos várias condenações, pessoas cumprindo pena, pessoas que no passado não imaginávamos que poderiam responder por seus desvios. São ex presidentes da República, funcionários de altos escalões de empresas públicas e privadas e parlamentares.
Enfim, a corrupção estava entranhada em todos os meandros das instituições republicanas e partidos políticos.
A tradição da impunidade está sendo alterada. É preciso reconhecer que há avanços, porém, a sociedade precisa se fortalecer na direção da integridade e honestidade até que cheguemos a um ponto em que a corrupção não tenha mais meios para contra atacar.
O momento nos tira do debate ideológico e partidário, e nos desloca para termos o foco nas lições dos últimos anos, no combate à corrupção até como forma de tirar o impacto dos roubos da economia, dos serviços públicos que são os primeiros a serem afetados.
Os corruptos não esperam e não querem ser punidos. Às leis, contudo, devem ser aplicadas indistintamente e o cidadão que não respeita os bens públicos, as pessoas, independentemente de sua classe social, devem ir para a cadeia. A corrupção mata no pronto socorro e tira investimento da educação.
A ignorância favorece as explicações caolhas dos corruptos.
O enfrentamento à corrupção esbarra, na maioria das vezes, na incapacidade do corrupto, admitir-se como tal. Mas é avanço considerável que o sistema judiciário tenha aprendido a aplicar penas aos ricos e influentes também.