Desigualdades naturais e sociais

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Uma das constantes aspirações do homem é viver numa sociedade de iguais. Mas é claro que as desigualdades naturais são muito mais difíceis de vencer do que as sociais. Aqueles que resistem às reivindicações de maior igualdade são levados a considerar que as desigualdades são naturais e como tais, invencíveis. Ao contrário, aqueles que lutam por maior igualdade estão convencidos de que as desigualdades são sociais ou históricas e podem ser vencidas.

Rousseau, no Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens, sustenta que a natureza fez os homens iguais e a civilização os tornou desiguais, em outras palavras, que a desigualdade entre os homens têm uma origem social e por isso, o homem voltando à natureza, pode retornar à igualdade. Experimente agora considerar o príncipe dos escritores não igualitários, Nietzsche, o anti-Rousseau. Para o autor de Além do bem e do mal, os homens são por natureza desiguais e apenas a sociedade, com sua moral de rebanho, com sua religião baseada na compaixão pelos defeituosos, é que fez que eles se tornassem iguais. Onde Rousseau vê desigualdades artificiais e portanto condenáveis e superáveis, Nietzsche vê desigualdades naturais e portanto não condenáveis nem superáveis.

( baseado no livro Elogio da serenidade, Norberto Bobbio)

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