É muito difícil arejar os grupos políticos

A política é um espaço por onde passam todos os acontecimentos. A política não é nada mágica; são pessoas tomando decisões em nome de outras pessoas e se você quer uma política melhor, mude as pessoas que estão tomando as decisões. Fácil falar! Renovação, embora pareça, não é pauta.

Thomas Hobbes, filósofo inglês, quando escreveu Leviatã afirmou: “Considero como inclinação geral de toda a humanidade um desejo perpétuo e irrequieto de poder e mais poder, que cessa apenas com a morte”. Séculos mais tarde, Friedrich Nietzsche, filósofo alemão, em Assim falou Zaratustra reforçaria a sede do homem pelo poder: “Onde encontrei vida, ali encontrei vontade de poder; e até mesmo na vontade do servo encontrei a vontade de ser senhor”.

Quando se trata de política, a fase atual é de pessimismo, falta de confiança nos partidos e nos políticos, polarização irritante, inflação, discursos moldados em tons de ódio, preconceito e deboche, pouca entrega, quase nada, sobretudo do governo federal em terras mato-grossenses.

Aí então, acreditando que na democracia há espaço de divergência, de independência e inovação, surgem candidatos que propagam discurso de franqueza com a realidade estadual e nacional, tentando fazer política com grandeza, reconhecendo os bons mandatos, a boa administração do estado e valorizando o eleitor. Candidatos que se colocam para promover a política, discutir os problemas, manter a sedução e esperança permeando nossos dias.

Pouco compreendidos são preteridos quando se colocam em rota de colisão com políticos tradicionais e compadrios de grupos de poder mas na verdade isso é muito comum e os homens agem assim sempre que podem. Não é fácil ter espaço para novas lideranças em um grupo político, no sentido de ser respeitado e valorizado nos movimentos futuro do grupo. Em uma eleição, desenha-se o cenário e os atores preferidos da próxima eleição, com participação de aliados, do grupo e dos compadres.

Mesmo quando o candidato se torna um importante ‘player’, quando cresce com independência num espaço já ocupado por políticos tradicionais tem que lidar com a desconfiança dos que habitam em estado distante e de lá pressionam e interferem nos palanques daqui. O candidato que que se distancia da polarização, que cresce e aparece paga o preço. O novo está prejudicado. Parece que agrada ao povo, a garantia dos milhões despejados pelas emendas parlamentares, reforçadas pelas vultosas quantias do imoral orçamento secreto.

No contexto da política atual, precisei voltar a Max Weber, sociólogo alemão, que escreveu sobre a política como vocação e dedicou aos políticos vocacionados três qualidades: paixão, senso de responsabilidade e senso de proporção, o que dá ao bom político a exata noção da sua missão. Weber reconhece que o político pode viver ‘da política’, quando a política é a fonte de sobrevivência do indivíduo e pode viver ‘para a política’, quando o indivíduo se entrega à política independente do ganho financeiro.

Por mais políticos por vocação, indivíduos que vivam para a política, que se dedicam à política como objetivo de vida, equilibrando seu sucesso, sacrificando suas convicções, se o contexto exigir.

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