E por falar em paixão…

Romeu e Julieta – provavelmente é a mais famosa história de amor de todos os tempos. O casal, na verdade é desde sempre, sinônimo do amor. Romeu e Julieta é a história do amor trágico contada pelo poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare. Parece que um grande amor demanda grandes sacrifícios, porque na lista dos namorados mais famosos de todos os tempos aparece em segundo lugar a historia intrigante dos poderosos Cleopatra, rainha egípcia e Marco Antônio, imperador romano que se apaixonaram à primeira vista e apesar de todas as ameaças se casaram, tiveram três filhos, conquistaram impérios e inimigos e, por amor, ambos também morreram.

Tristão e Isolda, outra história triste, que envolve traição e morte é listada como uma história de amor comovente. A bela e corajosa história de Helena de Tróia, considerada a mulher mais bonita de todos os romances, que casou-se com o rei de Esparta. Apaixonado por ela, o filho do rei de Tróia, roubou-a e levou-a de volta para Tróia. Menelaus, rei de Esparta, marido de Helena, destruiu Tróia e retornou para Esparta com Helena. Nos dias mais recentes nos encantamos com a historia da paixão tempestuosa entre Scarlett O’Hara e Rhett Butler, no filme épico “E o Vento Levou”, com a Guerra Civil servindo de pano de fundo para os desencontros, traições e seduções do casal protagonista vividos por Clark Gable e Vivien Leigh.

Mas a história de amor que me fala a alma é contada pelo escritor colombiano Gabriel Garcia Marquez no livro “O amor nos tempos do Cólera”. Uma bela história que estendeu-se por cinco décadas de espera. Ainda bem jovem Fermina Ariza, filha de um dos mais importantes homens da cidade encontra Florentino Ariza, um menino simples e puro, sem boa aparência.

Os primeiros contatos foram olhares, depois foram as cartas intermináveis. Pouco tempo depois, aos 20 anos, ela se casa com o jovem médico da cidade, Juvenal Urbino. Ele a ama e lhe dá segurança. Juvenal é um médico dedicado a pôr fim à epidemia do cólera. A Florentino resta a espera e a decisão fora tomada. Ele vai esperar por Fermina o tempo que for necessário e estabelece com ela um sistema de troca de amor através de cartas e telegramas. Gabriel Garcia Marquez discorre sobre todas as formas possíveis de amor e não apenas do amor não correspondido de Florentino por Fermina. A trama fala do amor platônico, do amor ciumento, do amor perigoso, do amor adultero, do triângulo amoroso, do amor como arte, sexo, sociedade, aceitação.

O livro é sobre o amor e os personagens existem como veículos para revelar a mais estranha e mais poderosa de todas as emoções humanas; o amor. Florentino é um homem que dedicou sua vida ao amor, em todos os aspectos, jurou amar Fermina Daza para sempre, mas entregou-se a paixões efêmeras enquanto esperava; contabilizou cerca de seiscentos e vinte e duas aventuras amorosas fugazes, mas alimentou sempre o sonho de que seu destino final seria com Fermina. Dedicou a Fermina sua vida, sua profissão. Tudo o que ele fez, foi com a esperança de um dia recuperar seu amor. Ela sabia que ele a amava mais que tudo no mundo. Eles estavam de certa forma juntos em silêncio além das armadilhas da paixão, além dos fantasmas de desilusão: além do próprio amor. Amor, que em Florentino, ás vezes doía em todo o corpo e o único sentimento concreto era um desejo urgente de morrer. Os sintomas do amor eram os mesmos do cólera.

Quando morre o Doutor Juvenal Urbino, Florentino aproxima-se de Fermina e sussura: “Eu esperei por esta oportunidade há mais de meio século para repetir para você o meu voto de amor e eterna fidelidade.” Tempos depois, Florentino recebe um envelope com um bilhete de uma só linha que dizia: “Está bem, me caso com o senhor se me promete que não me fará comer berinjelas. Depois de mais de 50 anos o coração de Florentino foi finalmente preenchido e ele descobriu com alegria que é a vida e não a morte que não tem limites.

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