A frase do título deste artigo foi pronunciada pelo ex-presidente americano, Roosevelt (1933-1945), diante do quadro desolador da grande depressão americana e da segunda guerra mundial. Cada geração dá legitimidade a seus medos e realmente acredita que este é o mais assustador.
Eu sempre considerei o medo da mudança como um mecanismo de defesa. Geralmente queremos que os outros mudem, que os outros nos garantam segurança e felicidade. Nosso medo mais comum é o medo do desconhecido, da incerteza diante da criação dos filhos, da manutenção física da vida. Temos medo de uma lista de coisas que nunca acaba e muda a cada dia. Se vivemos a nossa vida com medo, em vez de reconhecer o seu verdadeiro propósito, deixaremos corroer a qualidade de nossas vidas e de nossos relacionamentos.
Você já reparou que a maioria das coisas que nos preocupam parecem não passar? Quando ficamos presos ao medo, um pensamento terrível começa a controlar a nossa vida, o sono e as decisões são sofridas, adiadas. O medo pode até ter um fim legítimo para nossa sobrevivência, como a sinalização de que devemos resolver certos conflitos e pode funcionar como um lembrete para refletir, mudar e agir de uma maneira nova. Uma vez que estamos cientes desta distinção, temos uma escolha sobre como nós respondemos aos nossos medos.
Para desfazermos do medo devemos aprender a confiar em nosso próprio instinto, intuição e percepção. Somos os criadores dos nossos pensamentos, emoções e, portanto, da nossa experiência. O medo de cair não deve nos impedir de viver certas experiências. A sensação inicial de medo, no entanto serve para alertar para a necessidade de pensar nos detalhes a fim de proteger, mas não para ficar obcecado pelo perigo. O medo é portanto, o nosso grito de alerta e não um agente imobilizador.
Em geral, se nós nos esforçamos para mudar nossas vidas é a fim de melhorá-las, para alterar as condições que nos impedem de ter sucesso em nossas carreiras ou em nossos relacionamentos. Entretanto a mudança autêntica dá um monte de trabalho e, geralmente envolve enfrentamento da dor, que faz parte da própria natureza da mudança em si, da sua imprevisibilidade. Muitas pessoas têm um forte medo da mudança por apego ao que é familiar; mesmo que não seja algo gratificante, preferem ficar com a infelicidade cotidiana que já conhecem bem, se apegam às rotinas de repetição, como se todos os dias fossem iguais, como se o tempo tivesse parado.
Todo mundo sente medo. O medo é uma resposta natural ao perigo, mas também pode ser alimentado, como o medo do fracasso, de estar fora de controle ou de estar só. Há o medo do futuro e da morte, do amor e da rejeição e não podemos confiar, porque somos dominados pela dúvida e insegurança. \”Há um mundo de amor e há um mundo de medo, e ele está em pé bem na frente de nós\”, disse o músico Bruce Springsteen numa entrevista. \”E muitas vezes o medo que sentimos é mais real e, muito mais urgente do que o sentimento de amor. É estranho, mas quando esse mundo de amor vem correndo, um mundo de medo vem com ele. Para se abrir para o amor, você tem que abraçar o medo também”.