Parece que é improvável abrir um caminho favorável ao Brasil no próximo ano. Entretanto, continuar indo para as ruas com cores de roupas combinadas pelas mídias sociais, tirando “selfies” e carregando cartazes em inglês realmente não altera o quadro desilusório que vivemos. Eu não vejo pessoas pressionando a classe política para promover as mudanças que almejam.
Mudar o estado das coisas é sempre possível, embora nem sempre num curto prazo se considerarmos que, com raras exceções, as pessoas se atiram na política não porque é um ideal ou um trabalho bom, eles vão para fazer conexões e alianças para depois, legislarem em causa própria. Isso é algo que certas pessoas vão continuar fazendo enquanto existir a humanidade. O interesse próprio é o que alimenta as pessoas, constrói estradas, hospitais, escolas, indústrias etc…Já viu estrada construída por igreja, ou por uma organização não governamental?
As ações políticas permeiam nossas vidas do amanhecer ao entardecer e queiramos ou não, somos protagonistas ou coadjuvantes desse sistema que aí está. Se você não vota, não pode reclamar, porque foi omisso. Se você vota, não pode reclamar porque você concordou em participar, optou por confiar na proposta de algum candidato. Fazer o que? Votar direito. Cobrar os direitos.
É contra a frouxidão no controle dos gastos públicos, contra o suborno que corre solto que devemos nos posicionar. É por conta dessas práticas de privilégios que a desigualdade social persiste e avança no Brasil e no mundo. Pensa bem: 1% da população mundial possui tanto dinheiro quanto os 99% restante da população do mundo. A estatística do Credit Suisse, apenas reforça o que é perceptível: os ricos estão ficando mais ricos e os pobres, relativamente mais pobres. No Brasil a desproporcionalidade é gigante e a expectativa de mais um ano ruim, deixa para análise um cenário bem sombrio.
O governo anunciou cortes. Será garantida a execução apenas de obras já contratadas e em estágio avançado rumo a conclusão e os gastos importantes mas não obrigatórios foram remanejados ou serão cancelados. Mantidos os Programas de inclusão social e transferência de renda, como Bolsa Família, que são importantes para fomentar o desenvolvimento humano. É improvável que estas medidas sejam suficientes para conter a crise econômica e política e não é realista esperar que a classe política abra mão dos privilégios num ano que vão dedicar-se a salvar suas próprias peles.
Enfim, ladeira a baixo todo santo ajuda. Despencamos! Fico a cismar…negar Chico Buarque é um direito, mas um povo que exalta Wesley Safadão? Sinceramente? Nem todos os santos podem nos fazer subir a ladeira.