Essa loucura que o mundo está passando é fato inusitado para todos, em todos os continentes. Não existe vacina tampouco medicamento certo para o tratamento, ninguém conhece a receita para lidar com esta gigantesca crise epidêmica e ainda não há um modelo matemático para evitar o caos econômico. Devemos então, dentro desta realidade mundial exposta e complexa, renovar a confiança na ciência e evitar causar mal coletivo com discursos imprudentes.
O século XXI demoniza nossas vidas, irremediavelmente! Há uma imensidão de pessoas no mundo que vão viver essa epidemia, estão sendo contagiadas, desenvolvendo a doença e não tem prognostico de quando retomarão suas vidas. Mas todos indistintamente atravessaremos a tensão de nos saber cercados do vírus por todos os lados, com medo da transmissão em família, medo dos vizinhos, com pavor de supermercados e shoppings.
Fico indignada ao extremo ao saber de pessoas ficando sem tratamento adequado, pelo colapso inevitável do nosso sistema de saúde. Mas também é muita coisa junta num momento em que o interesse público tem que prevalecer: o país em pandemia, um presidente tresloucado.
Pode-se pensar tudo durante a longa duração do isolamento social, entretanto vale mesmo lançar o olhar para observar e compreender as relações entre a estrutura da sociedade. Recomenda-se “ninguém” ao lado, uns porém, estão largados, experimentando, em toda sua crueza, a pressão dos dias que se arrastam opacos.
A pandemia veio com envergadura global e aos poucos foi juntando os povos do mundo para compartilhar a mesma epidemia, os mesmos medos: de perder o emprego, de perder-se em dívidas, de perder a vida. A sociedade global, em parte colaborativa, em parte fechada na ignorância, espera que os testes de medicamentos sejam apresentados num tempo menor que a auto imunização propagada.
Bem meus caros, o sofrimento nos catapulta além da nossa zona de conforto, lança nossas vidas ordenadas no caos. Resta consolo lembrar que experiências de profunda tristeza podem se tornar oportunidades de transformação. Quando nossos alicerces e segurança são significativamente abalados por algo a princípio desconhecido, depois intratável, um espaço inesperado pode se abrir em nossos corações, dando-nos uma capacidade de amor e compaixão que nunca experimentamos antes.