Comportamento de manada?

Existem indivíduos neutros, politicamente indiferentes, um contingente de apático, com comportamento de manada, que serve apenas de sustentação para as práticas que colocam a democracia em xeque, porque essa massa assume a forma que as elites políticas dão a ela.
A massa é seduzida pelos desejos, pelas facilidades, pelo desprezo pelos padrões morais naturais. Atos que invadem a privacidade em vez de chocar, seduz.

A ética e a preservação dos valores vão para o limbo. A massa que prega a execração de alguns, defende pontos de vistas tortos de outros, conta muito. Ela está em muitos postos de mando, no cerne de muitas questões de ordenamento da sociedade. Valorize seu conhecimento, sua individualidade. A liberdade moderna exige isso de você, esse desprendimento da vida embrutecida.

Participando de uma palestra numa manhã de sábado percebi a preocupação de se formar novos cidadãos, descolados desse sistema que tem convertido as pessoas em massas de manobras e não em classes sociais. Há de se cuidar para que a liberdade não acolha a tirania da maioria, que pensa em voz alta para intimidar, é preciso resguardar o pensamento político vigilante para assegurar a igualdade de condições nos debates desprovidos de utopias. A repercussão de uma entrevista, de uma escolha causa alvoroço.

Todos pensam que precisam se posicionar, se pronunciar. Porém, no cerne da questão, os temas serão resolvidos diante da vontade política de alguns poucos. Expressar posicionamento de manada nas mídias sociais não ordena a sociedade. A liberdade moderna é bem mais individualizada. Nenhum grupo tem o direito de oprimir o outro, nem o pastor nem os ativistas precisam ir as vias de fato. Os direitos e as liberdades fundamentais existem para resguardar ambos os lados.

Os cientistas sociais devem conhecer e analisar fatos existentes, livres da tutela do estado, da militância, da ideologia, das utopias. Para que exista o entendimento dos fatos é preciso ordenar as coisas, não seguir a massa, tampouco lidera-la, mas acompanhar o processo, para que a liberdade democrática conquistada não sofra arranhões ou revezes. Se não formos afoitos, se do tempo, colhermos a espera, a observância, não seremos reféns das massas, não mudaremos a inclinação de termos resguardados nossos direitos individuais. O olhar atento, compreensivo do cientista social, talvez não mude a realidade, não salve vidas, mas ajuda a classe política a entender o indivíduo dentro da sua desordem social e estabelecer políticas públicas para gestar o reordenamento do homem, livre dos movimentos que o usa como massa de manobra em determinadas situações.

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