O dinheiro pode comprar felicidade?

    As nações onde os povos são considerados os mais felizes do mundo são democráticas, tem fronteiras comerciais abertas, são amistosas e possuem fortes redes de segurança social, é o que aponta a pesquisa do Instituto Legatum, com sede em Londres, contratado pela Forbes Magazine para classificar os países mais felizes do mundo. Os povos dos dez primeiros países colocados compartilham alto índices de confiabilidade, têm excelente nível educacional, poucas ou quase nenhuma restrição às liberdades individuais. Pela ordem, os países são Noruega (1º), Dinamarca (2º), Finlândia (3º), Austrália (4º), Nova Zelândia (5º), Suécia (6º), Canadá (7º), Suíça (8º), Holanda (9º) e Estados Unidos (10º).

   Legatum recentemente completou o seu Índice de Prosperidade 2010, que classifica 110 países, cobrindo 90% da população do mundo. Cada país está classificado baseado no empreendedorismo, economia, governo, educação, saúde, segurança, liberdade pessoal e capital social. O conceito central de prosperidade é complexo e alcançá-la depende de uma confluência de fatores que dependem uns dos outros em um círculo virtuoso.

    Como você é feliz depende muitas vezes, de como você foi feliz. Se você já é rico, como na Escandinávia, mais liberdade e saúde acrescentaria a felicidade para a maioria. Em muitos países porém, a felicidade ainda reside no “show me the money”. Mas será que o dinheiro pode comprar a felicidade? Verdade seja dita, as pessoas superestimam o impacto da mudança da renda sobre o bem-estar, quando na realidade o retorno da felicidade sobre a renda adicional é muito pequeno. O dinheiro não pode comprar felicidade. Difícil de acreditar, embora igualmente verdadeiro, é que nas pesquisas realizadas na etnia enuit, no norte da Groenlândia, assim como nos massai do Quênia, que não têm luz nem água corrente, o índice de felicidade fica em 5,8%, a mesma escala de felicidade dos milionários americanos da Forbes 400.

    Existe uma correlação muito pequena entre riqueza e felicidade – que representa cerca de 1% da felicidade relatada por pessoas que responderam a pesquisa. É certo que o dinheiro traz um aumento de status, que pode ter um impacto maior sobre a felicidade. Por que a riqueza não traz necessariamente uma sensação constante de alegria? Parte da razão é que as pessoas não fazem bom uso do dinheiro, diz George Loewenstein, economista da Carnegie Mellon University.

    Às vezes, observa Loewenstein, a forma como as pessoas gastam o dinheiro pode realmente torná-las menos felizes. O problema central é que o cérebro humano fica condicionado a experiências positivas. Conseguir um dinheiro inesperado é registrado como uma coisa boa, mas como o passar do tempo, a resposta desaparece. E isso levanta outra questão. Quão importante é a felicidade, afinal?

   Loewenstein afirma que parte do sentido da vida é ter altos e baixos. Uma vida que é constantemente feliz não é uma boa vida. Este foco sobre a felicidade destacado pela revista Forbes não vem naturalmente para praticantes da ciência lúgubre; é um novo foco: Se o dinheiro não pode necessariamente comprar a felicidade, o que ele traz?

   Economistas, com algumas exceções, trabalham com dados de uma pesquisa semestral do General Social Survey que permitem algumas conclusões como; a felicidade tem-se mantido relativamente constante ao longo do tempo, as mulheres são mais felizes do que os homens, embora a diferença seja cada vez menor. O dinheiro faz as pessoas mais felizes pelo menos em um nível individual. Por outro lado, entre as sociedades razoavelmente próspera não parece haver qualquer correlação forte entre o nível geral de felicidade e nível de riqueza e os efeitos de viver em uma nação rica são perceptíveis – as pessoas nos países ricos mostram níveis mais elevados de bem-estar.

   No entanto, pode haver pelo menos uma importante relação entre dinheiro e felicidade, de acordo com Ed Diener, da Universidade de Illinois pesquisador que pesquisou 400 da Forbes e os Maasai. Diener também escreveu que as pessoas felizes tendem a ter rendimentos mais elevados mais tarde em suas vidas. Assim, enquanto o dinheiro não pode ajudar a tornar as pessoas felizes, ser feliz pode ajudá-las a ganhar dinheiro. O ideal seria aprender a ganhar dinheiro com as coisas que dão prazer.

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