O HOMEM EM SUA FORMA INDELÉVEL DE EXISTIR

O individualismo extremado tem levado populações inteiras ao irracionalismo e práticas dominantes de governar. O bem comum deixa de ser superior aos interesses particulares, mesmo sendo o homem um ser social não pode realizar-se completamente sem a sociedade e sem o estado.

Para Charles-Alexis Clérel de Tocqueville, 1805-1859, pensador e político liberal francês, o espírito democrático pode fazer maravilhas, mas não produzirá mais que um governo sem virtude e sem grandeza, se cada um de seus membros estiver mais preocupado com seus assuntos privados do que com as questões públicas; mais com seus interesses pessoais do que a grandeza do seu estado.
Tocqueville aponta os agrupamentos da sociedade em associações comerciais, industriais, religiosas, políticas, como um meio de reconduzir os homens uns aos outros, obrigando-os a saírem de seus confortos individuais para se ajudarem mutuamente. A partir daí, os homens aprendem a submeter a sua vontade à dos outros e a transformar seus esforços particulares em ação para o bem comum.

Os indivíduos ocupados exclusivamente com coisas de interesses pessoais, se entregam a uma certa cegueira social e esse comportamento gera certa indiferença para com a gestão da coisa pública. Estamos sempre nos perguntando quem será afetado e beneficiado pelos ações do governo e se efeticamente elas não nos atingem, tendemos a ficar alheios à aquilo que diretamente não nos traz proveito.
Os laços individuais que mantém os homens ligados em interesses particulares, tendem a romper-se integralmente deixando-os entregues as suas próprias paixões.

No plano geral a felicidade que se leva as comunidades mais distantes e pobres, deveria refletir positivamente nas cidades mais ricas. A escola que ensina uma criança quase esquecida numa comunidade longínqua não produz nenhum sentimento de pertencimento no individuo que vive na capital. A vida em sociedade é moldada por crises internas, onde os indivíduos lidam com seus conflitos, frustrações e sonhos. Como acontece hoje com os cidadãos da cidade distante de Alto Boa Vista, que se vem envolvidos numa confusão política inacreditável.(Prefeito cassado, denuncia de fuga, jura de morte…) Mas essa situação produz discussões na comunidade e a cidade deve adotar nova dinâmica para conhecer melhor as intenções individuais de seus políticos e transformá-las na reinvenção do bem comum.

Acolher a vontade outro, a esta somar-se é um passo para buscar solidariamente, em conjunto, o fim comum a todos expresso pela vontade da sociedade. Admitamos que enxergamos o homem mais nitidamente quando ele esta inserido num contexto coletivo.  O interesse público aproxima os homens, o bem comum é o principio dessa união.
É preciso que o estado faça-se sentir em toda parte, que as ações disseminadas se façam sentir em todas as aldeias, em todas as cidades. Que o eco do bem estar distante seja comemorado nas outras partes e que o bem comum da sua cidade seja motivo de comunhão e esperança nas outras cidades também. Sentir-se representado é uma forma de viver relações unificadas e o homem há de viver sempre inserido num meio porque esta é sua forma indelével de existir.

Pensar no bem comum exige de certa forma, uma tendência a sacrificar os interesses pessoais, fortalecer o grupo para ampliar a representação, jubilar-se com a prosperidade alheia e aceitar-se como um sujeito coletivo. Para entender os interesses gerais é preciso, segundo Sócrates, certa moderação no apetite pela riqueza individual.

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