O Brasil comemora 199 anos de independência, com uma população de 213,317 milhões de habitantes. Considerado um país relativamente rico, com economia destacada na América Latina e no mundo baseada na exportação de commodities que “salvam” a economia brasileira a um custo discutível.
As transformações existem e fazem parte da essência da vida em todas suas dimensões. Contudo, temos que admitir que a longa duração da pandemia nos tornou vulneráveis, doentes e medrosos, a ponto de reduzirmos nossas prioridades a estarmos vivos e vacinados.
E o Brasil, tinha tudo para se sair bem na pandemia; uma população relativamente jovem, experiência da rede pública para lidar com epidemias e um sistema de saúde universal, o SUS. Contudo, os números registram a baixa performance do país no enfrentamento da pandemia. Dados de 3 dias atrás, apontam que o país tem 65.872 milhões de pessoas completamente cobertas pela vacina, o que que significa apenas 30,88% da população brasileira.
A luta contra a corrupção, que foi bandeira de boa parte da classe política eleita nos últimos anos, não se transformou em medida concreta de enfrentamento do problema. Nenhuma agenda efetiva de política anticorrupção foi apoiada pelo governo e aprovada pelo Congresso Nacional. A Organização Transparência Internacional, divulgou o ranking global de percepção da corrupção no setor público em 2020 e o Brasil continua estagnado num patamar ruim, 94ª posição, num ranking de 180 países, atrás da Colômbia, Turquia e China. Ou seja, a corrupção continua a ser um problema endêmico no Brasil.
A violência assusta. Os homicídios praticados no Brasil representam um volume muito superior ao de países que vivem em guerra. Com efeito, no Brasil a violência é a principal causa de morte dos jovens. Em 2019, de cada 100 jovens entre 15 e 19 anos que morreram no país por qualquer causa, 39 foram vítimas da violência. Dos 45.503 homicídios ocorridos no Brasil em 2019, 51,3% vitimaram jovens entre 15 e 29 anos. Em média, 64 jovens são assassinados por dia no país.
Raça e sexo são categorias que ainda justificam discriminações e produzem desigualdades. Em 2019, os negros (classificação do IBGE) representaram 77% das vítimas de homicídios, o que estabelece que a chance de um negro ser assassinado no Brasil é 2,6 vezes superior àquela de uma pessoa não negra. (Os dados são do Ipea/Atlas da Violência).
Em 2019, 66% das mulheres assassinadas no Brasil eram negras. Um em cada sete bebês é filho de mãe adolescente, conforme dados do IBGE, que também confirmam que 7 em 10 meninas grávidas ou com filhos, são negras e não trabalham e não estudam. Vamos observando que as desigualdades sociais se acentuam sempre em desfavor dos negros.
Assim, o lendário discurso de Martin Luther King, proferido ao final da grande marcha dos negros por direitos civis, ainda parece um sonho distante. “Eu tenho um sonho que meus quatro filhos pequenos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter”.
Apesar de todos os descompassos, parte da população brasileira ignora as desigualdades sociais, o preconceito racial e de gênero, a violência e elege o Supremo Tribunal Federal como o problema maior do país, o inimigo número 01 da República e no dia da independência do Brasil, escolheram vandalizar e excomungar a instituição. Uma casa, onde seus membros, é verdade, são apegados à notoriedade e o alinhamento com o que dá mídia.
Onde todos são obrigados a usar as vestes talares, as famosas capas pretas, onde um membro fala alemão, outro retruca em francês, um escreve poesias, outro toca guitarra, mas não são intocáveis. Podem ser destituídos da função pelo processo de impeachment, que precisa ser aprovado por dois terços dos senadores (54 votos).
Coisa aparentemente fácil para quem tem a caneta nas mãos, porém, o governo tentou e não conseguiu sequer dar andamento ao processo. A movimentação do dia da Pátria em Brasília segue firme e a propósito, você, já se perguntou quem está pagando essa conta?