O mundo está chegando ao fim

Se o ar está poluído, os oceanos contaminados, os animais sendo extintos, a economia está em colapso, a educação não é valorizada, a inteligência é menosprezada e a ignorância recompensada, o mundo está chegando ao fim, como sugere a letra da música com este nome, do rapper Prince Ea.

Não se trata de associar-me as maledicências do mundo moderno, ocorre que, tampouco associo-me à aqueles que fazem elogios cegos ao mundo contemporâneo. E, então, o que podemos fazer diante de toda essa loucura e caos? Podemos nos amar. Envolver o coração em tudo o que se faz, seguramente ajuda a navegar através da incerteza, tristeza, da complexidade e de tempos desafiadores.

O mundo está passando por uma fase rara de avanços tecnológicos, mas tumultuada a ponto da ordem existente não ser capaz de acolher as mudanças, sem grandes sobressaltos. Possivelmente, essa fundação materialista servirá como um interlúdio para levar a humanidade para o conhecimento uma era de valores não-materialistas. Muitas religiões e filosofias oferecem alternativas ancoradas na visão de mundo mais existencialista, com interações mais profundas entre a espiritualidade, a natureza e os seres humanos, e um papel mais forte para o coletivo contra o individualismo. Em alguns aspectos de algumas culturas, o dinheiro e o poder não exercem o mesmo efeito de progressão da ordem social, como nos países industrializados.

Efetivamente já estamos vivenciando o propagado choque de civilizações, com modelos e visões de mundo divergentes e nem sempre coerentes com o que fomos levados a acreditar. O que não podemos é experimentar uma nova idade das trevas onde o vazio de valores, o nacionalismo, o populismo, xenofobia em combinação sinistra com fanatismo e ignorância fez cair em colapso grandes dinastias, no passado.

A observação pode ser assustadora, porém, mesmo que mudemos as palavras, o cenário será igualmente lúgubre; O fato é aqui estamos nós, personagens centrais de uma era que inevitavelmente tem que chegar ao fim, porque não é possível cometer equívocos maiores e mais determinantes.

E como renascemos a cada dia, quem sabe possamos começar a restaurar nossas identidades como seres sensatos, preparados para responder de forma prudente e amorosa os eventos da era moderna, mergulhados numa vida de significados e propósitos reconciliáveis com uma existência pacífica. Uma nova visão de mundo depende muito da capacidade e vontade dos indivíduos de construir confiança mútua, sem que a raça e religião sejam problemas, sem que a tecnologia roube o tempo das crianças brincarem e dos adultos se amarem. Enfim, que a humildade se eleve a um nível mais alto que o orgulho e que a conciliação seja o primeiro passo para o recobramento da humanidade perdida.

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