Incivilidade, falta de educação e atitudes inapropriadas tem sido o recheio da mídia nas últimas semanas. Mensagens carregadas de ódio, racismo, pessoas que desabafam seus sentimentos ofendendo, desprezando os outros, fazendo-se os donos da verdade, como os que seguram um carvão em brasa com a intenção de atirá-lo em alguém; mas enquanto isso, se queimam.
Sabemos que circulam entre nós pessoas abomináveis, que promovem julgamentos racistas, onde a cor da pele determina como a pessoa deve ser tratada pela vida. Um olhar sobre as estatísticas sugere que, apesar de tudo o que se avançou na questão de igualdade racial, honestamente, não importa para onde você olha, a raça ainda é um fator muito importante para determinar o tratamento que se dão às pessoas. É uma lástima, mas certas pessoas só entendem as coisas mediante suas acanhadas percepções
Tentaram explicitar isso à apresentadora de televisão que foi vítima de xingamentos racistas. Isso não configura crime?
Civilidade e educação continuam sendo parte de um discurso moderno de quem aprecia discutir igualdade racial, política e de gênero.
Mas o que dizer do tipo de pessoa que pratica um discursinho insosso e na falta de conhecimento das praticas democráticas e outras nem tão democráticas assim para se destituir um governo, atacam sordidamente, com falta de respeito e distribuição de adesivos ofensivos que ridicularizam a condição feminina da presidente da república? E se a foto fosse da sua mãe?
Longe de mim, achar que devemos limitar o discurso, seja de raiva ou não, de quem quer que seja, mas é uma carga tolerar o comportamento grosseiro e pouco civilizado de muitos. O comportamento incivilizado e descortês, especialmente em conversas políticas, merece considerável atenção para investigação.
Boa educação tem os que observam as normas morais e sociais, os que foram instruídos no respeito, na tolerância e na bondade. A civilidade, concentra-se mais nos valores da sociedade civil, nas práticas democráticas e na rotina do debate. Juntando os dois tem-se pessoas que a outros concedem direitos e oportunidades iguais e que tratam os irmãos como gostariam de ser tratados; indivíduos com conceitos robustos de democracia e de respeito.
O preconceito tem duas fontes, ensina o filósofo Mário Sérgio Cortella: a covardia e a tolice. O intolerante em relação a etnia, cor da pele, orientação sexual, religião e extrato econômico tem medo de ser o que é. Ele só se eleva quando rebaixa o outro. Necessita ver que o outro não serve e não presta para ele poder valer alguma coisa. É um fraco que teme aquele que não é igual e se sente ameaçado por ele.