Querer não é poder

O povo sempre cria perspectivas de melhoras quando uma eleição se aproxima, embora saibamos que mudanças não ocorrem com a simples troca de governante.

As Eleições Municipais de 2024 serão realizadas no dia 6 de outubro, em primeiro turno, e no dia 27 do mesmo mês, em segundo turno. As eleições ocorrerão em 5.569 municípios brasileiros, dos quais 142 em Mato Grosso. Neste sábado, 04 de novembro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realiza um procedimento técnico de migração de bancos de dados para um novo servidor, visando a segurança das eleições.

Vivenciamos o momento em que os partidos despertam, as visitas aos pretensos candidatos se intensificam, fazem listas, promovem cortes, cortejam, tentam demonstrar certo controle no que serão as eleições de 2024. Mas lembro-lhes de um ensinamento de Napoleão Bonaparte: “O diretório murmurará e decretará o que lhe aprouver; eu, porém, continuarei sendo o que sou e meu exército me obedecerá”. Assim se comportarão os candidatos já testados nas urnas, com boa reputação política e sólida base eleitoral.

Em 1927, a cidadezinha de Palmeiras dos Índios (AL) elegeu seu mais famoso prefeito, Graciliano Ramos de Oliveira, o renomado escritor de Vidas secas e Memórias do Cárcere, entre muitas outras. Ele não participou da campanha eleitoral, não abraçou pessoas nas ruas, não fez promessas, não se envolveu em articulações políticas para a escolha dos vereadores, não negociou favores com os fazendeiros, cujo poder se sobrepunha às leis. Graciliano Ramos foi eleito em 7 de outubro de 1927, como candidato único. Todos renunciaram diante da sua inabalável reputação.

Na Assembleia Legislativa, as conversas, nem tão iniciais apontam que pelo menos três deputados confirmarão suas candidaturas para o pleito de 2024. Dos 24 parlamentares estaduais da atual legislatura apenas cinco, Barranco, Júlio, Max, Moreto, Nininho se elegeram deputados depois de terem passado pelo crivo do executivo de seus municípios. Wilson Santos elegeu-se prefeito após ter cumprido mandatos de deputado estadual e federal.

Saindo do parlamento para a disputa local, os deputados já sabem o que os esperam para construir o caminho da vitória. As campanhas, por mais que mudem iniciam sempre com o questionamento íntimo sobre as reais condições para se pleitear a vaga de prefeito. Aí entram as condições financeiras, a atuação consciente como cidadão, base eleitoral, apoio de grupos políticos diversos e importantes. Ainda assim, querer não é poder!

Na disputa existem atores concorrentes que precisam ser analisados para serem vencidos. A construção de aliança prévia com os apoiadores para amplificar a mensagem, ganhar novos acessos as redes sociais, enfim, contar sua história para um número cada vez maior de pessoas dependem muito da reputação, ou seja, do juízo de valor que as pessoas fazem sobre a sua figura pública. Marcelo Vitorino, um expert em Marketing Político tem cursos excepcionais sobre a construção de reputação política e nãos se trata de criar um personagem e sim, organizar a identidade, evidenciar os pontos marcantes já que o eleitor busca identificação de valores semelhantes aos seus nos representantes políticos.

Nesse momento em que o eleitor está ainda espreitando desconfiado, é melhor ser verdadeiro e preparar-se para enfrentar as dificuldades que serão postas a prova, as ameaças, a propagação das notícias falsas a seu respeito e de familiares, sem perder o foco e a fé.

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